Leptospirose Bovina

A leptospirose bovina é uma doença infecciosa de distribuição mundial,  causada  por bactérias do gênero Leptospira  que acomete os animais  domésticos: bovinos, suínos, equinos, gatos, cães, ovinos,caprinos, podendo ocorrer também em animais selvagens e no homem.

A leptospirose bovina é uma doença infecciosa de distribuição mundial,  causada  por bactérias do gênero Leptospira  que acomete os animais  domésticos: bovinos, suínos, equinos, gatos, cães, ovinos,caprinos, podendo ocorrer também em animais selvagens e no homem.

A infecção por Leptospira  é endêmica no Brasil e reconhecida como patogênica para os bovinos, principalmente como causa de transtornos reprodutivos. Diversos sorovares podem acometer os bovinos. O sorovar de Leptospira spp. mais freqüentemente encontrado em bovinos é o Hardjo, do qual os bovinos são hospedeiros primários de manutenção.

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Sintomas:

A infecção pode provocar a enfermidade em fase:

  • Aguda: se manifesta por uma febre de quatro a cinco dias, anorexia, conjuntivite e diarréia. Ocorre nesta fase a queda de produção de leite (Higgins et al.,1980). A leptospiremia desaparece com a formação de anticorpos, e as Leptospiras desaparecem completamente da circulação sanguínea devido à imunidade humoral. A infecção renal por leptospira pode apresentar manifestação de um andar duro em animais acometidos na fase aguda da infecção.
  • Crônica / subclínica: a infecção inicia-se quando as Leptospiras remanescentes se abrigam nos túbulos renais (Faine et al.,1999). A infecção causada pela Hardjobovis é caracterizada pela forma subclínica/crônica, ocasionando abortos, morte embrionária, fetos mumificados e mastites, sendo encontrada em muitos rebanhos do Brasil e em diversos países do mundo.

A leptospirose é uma doença curável, quando identificada no início, mas de difícil recuperação caso haja extensos danos renais (CORREA et al., 2006; FAINE, 1982; BRASIL, 1995). (RIET-CORREA, 1988). A taxa de mortalidade em bovinos é baixa e as espécies doentes ou assintomáticas constituem-se no principal reservatório para a sorovar Hardjo. A taxa de abortamento pode ser de 30 % e a perda da produção de leite é alta. Alguns países consideram a leptospirose como doença ocupacional para fazendeiros e veterinários.

Leptospirose como zoonose

Além dos prejuízos econômicos para o rebanho, a enfermidade está associada a impactos sociais, pois é uma doença que afeta homem.

(Informações respaldadas pelo medico infectologista Carlos Perez.)

O gênero leptospira é uma bactéria com potencial de causar doenças em mamíferos e humanos, caracterizando-se como uma das principais doenças com risco ocupacional em ordenhadores, funcionários,  proprietários de fazendas e veterinários.

Os sintomas em humanos dependem muito do sorovar que causa a doença. Mas comumente a doença causa  sintomas como dores de cabeça, dores musculares e febre. Outros sintomas também podem ser encontrados como hemorragia conjuntival, vômitos, fotofobia, dores articulares, dores nas panturrilhas, diarreias, erupções cutâneas, calafrios e dores abdominais.

A evolução pode ser bastante grave, levando o paciente a delírios, confusão mental, falha respiratória, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, hemorragias de pele, oliguria, anuria e insuficiência renal aguda.

TRANSMISSÃO

A transmissão do sorovar Hardjo, geralmente ocorre de bovino a bovino, em alguns rebanhos ou regiões podem ocorrer infecções acidentais por outros sorovares, cuja transmissão indireta está ligada ao contato com o meio ambiente contaminado por leptospiras de espécies silvestres ou outras espécies domésticas, roedores, cervídeos, capivaras e outras espécies silvestres atuam como reservatórios naturais.  A transmissão é efetivada pelo contato direto da pele e das mucosas oral e conjuntival, com a urina e órgãos de animais portadores de leptospiras.

A alta incidência de problemas reprodutivos em alguns rebanhos, associada às condições climáticas e topográficas da região, que permitem a formação de áreas alagadiças favorecendo a disseminação da doença entre os bovinos, sugere que a infecção possa estar acometendo os rebanhos locais.

Desta forma, a infecção é determinada por fatores como as espécies animais de  contato, os sorovares existentes na região, as condições ambientais e climáticas, além do  manejo e das oportunidades de infecção direta ou indireta. A urina é a principal fonte de infecção, sendo os roedores, além de outros animais domésticos e silvestres, os principais reservatórios

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Fonte: adaptado de Radostis 2000

A via venérea, pela monta natural realizada entre animais infectados, é uma das mais importantes condições para a transmissão direta. No sêmen industrializado proveniente de touro infectado, há a possibilidade de transmissão da leptospirose pois o  glicerol e o armazenamento em nitrogênio líquido permitem a conservação da bactéria (COSTA et al., 1998; RADOSTITS et al., 2000; Vasconcellos, 1996).

DIAGNOSTICO

O teste sorológico é o mais comumente usado como método de diagnostico em leptospirose, sendo o teste de soroaglutinação rápida (SAM) o padrão mais utilizado. Este teste detecta reações para qualquer classe ou classes de imunoglobulinas em cada sorovar testado e a titulação comumente aceita como ponto de corte é de 100 (OIE, 2006).

O teste SAM  é especifico para o sorovar infectante. Dessa forma antígenos selecionados para uso do SAM devem incluir sorovares representativos dos sorogrupos conhecidos na região onde se encontram os animais a serem testados, além daqueles mantidos por espécies hospedeiras em outras localidades.

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O sorovar Hardjobovis foi o mais frequente em muitas regiões já estudas em trabalhos recentes, e  é possível que o sorovar mais prevalente não seja o Hardjoprajitno como tem sido demonstrado em muitos trabalhos, mas o mais frequente  sorovar  foi o Hardjobovis que não está incluído nas baterias de testes dos laboratórios mais tradicionais (Viana 2010).

CONTROLE /PREVENÇÃO

As principais medidas de controle são a identificação das fontes de infecção, por meio de sorologias, onde os animais em produção com diagnostico positivo devem ser tratados com antibiótico.

O combate aos reservatórios naturais de leptospirose (roedores) incluem aspectos ambientais, medidas preventivas  como construções a prova de roedores e uso de raticidas  de forma estratégica.

Controle de riscos ambientais que evitem a propagação da leptospira entre os bovinos se faz necessária, como isolamento de área alagadas e manutenção das fontes de abastecimento de água para o rebanho.

O tratamento dos bovinos tem por objetivo reduzir o potencial de transmissibilidade da doença. É considerado o tratamento para leptospira para bloquear a eliminação de leptospiras através da urina, sêmen ou secreção vaginal. A estreptomicina na dose de 25mg/kg de peso vivo tem sido a medicação de escolha, com recomendação de repetição em 48horas. 

Estudos de Smith et al (1997), Zuerner et al(2001) e Carole (2003) indicam a  oxitetraciclina  LA 20mg/ kg PV dose única  como alternativa eficiente para tratamento de leptospirose.

O uso de vacina se faz necessário em qualquer dos casos descritos acima. A vacina reduz o número de animais susceptíveis e proporciona a segurança para os animais sadios, evitando o risco de contaminação.

O conhecimento dos sorovares circulantes é de extrema importância para o estabelecimento da epidemiologia regional da doença e aprimoramento de medidas preventivas. Nem todas as vacinas disponíveis no mercado protegem para todos os sorovares presentes em bovinos.

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O sorovar Hardjo contido nas vacinas comerciais é formulado a partir do tipo Hardjoprajitno. A utilização de vacinas contendo o sorovar Hardjo comprovadamente diminui a freqüência de infecção e a duração do estado portador em animais expostos a esse sorovar. É importante as vacinas conterem o sorovar hardjo prajitino e hardjo bovis.

Vacinas disponíveis para proteção para Leptospirose

A maioria das vacinas do mercado para proteção frente a leptospiras possui 5 cepas de proteção. Algumas possuem de 6 a 7 e atá 8 cepas de proteção.

As leptospiras não conferem imunidade cruzada entre diferentes sorovares.

No teste a seguir, citada por Vasconcelos, 2015, através da vacinação e posterior inoculação em Hamsters: O resultado mostra que das 6 marcas testadas, apenas 2  vacinas apresentaram mais de 80% de sobreviventes, o que mostra que a maioria das vacinas disponíveis no mercado não protege eficientemente.

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O dossiê de registro da Vacina Bovigen Repro Total Se, mostra o resultado de testes de inoculação em hamsters para medir a potencia vacinal  para diferentes leptospiras e mostra que a proteção foi superior a 90%. O MAPA não exige que os laboratórios apresentem estes testes pois não tem regulamentação especifica para vacinas reprodutivas.

A Virbac sempre está preocupada que seus biológicos  tenham eficiência no campo e o resultado é comprovado atraves de testes em laboratório e posterior testes na espécie alvo, no caso bovinos.

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Dois sorovares Hardjo  geneticamente distintos,

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