2021/04/06
Manual prático de manejo e aplicação de vacinas em bovinos
O objetivo de todo produtor é um rebanho da mais alta produtividade e consequente rentabilidade à sua propriedade. Um ponto-chave para alcançar este objetivo é a forma como manejam e aplicam as vacinas no rebanho.
O objetivo de todo produtor é um rebanho da mais alta produtividade e consequente rentabilidade à sua propriedade. Um ponto-chave para alcançar este objetivo é a forma como manejam e aplicam as vacinas no rebanho.
1. Estado dos animais
Os animais sempre devem ser vacinados em bom estado imunológico. Com isso, obtém-se melhor resposta e, consequente, eficácia na imunidade adquirida através da vacinação; isto inclui: bom escore de condição corporal, bom estado geral de saúde, ausência de estresse, bom descanso e boa hidratação; uma vez que a formação dos elementos do sistema imune requer proteínas, minerais adequados e outros nutrientes. Evite vacinar animais muito jovens (com menos de 2 meses de idade) para reduzir a probabilidade de interferência passiva com anticorpos provenientes do colostro. Apenas no caso de bezerros filhos de vacas com estado imunológico duvidoso ou falhas na administração do colostro que se pode recorrer a uma vacinação precoce de bezerros.
2. Manejo dos animais
Busque minimizar manejos estressantes, que podem gerar diminuição na imunidade e consequentemente resposta insuficiente à vacina. Se feitos muito próximos à esse período, por exemplo: descorna, marcação, se possível, separe-os 15 dias antes ou depois do manejo vacinal.
3. Banco de dados
É essencial que cada animal seja devidamente identificado por qualquer método conhecido.Registre a data da vacinação, lote de vacina, data de validade, outras observações que podem ser relevantes, como uma má administração da vacina, baixa condição de um animal que foi vacinado ou até mesmo se foi decidido, por algum motivo, não ser vacinado.
4. Refrigeração adequada
Conserve as vacinas conforme indicado em seus respectivos rótulos-bula, especialmente em relação às condições de temperatura e à ausência da luz solar.
A refrigeração é indispensável no trajeto dos laboratórios Virbac até o distribuidor/revenda, e do distribuidor/revenda ao consumidor final.
As vacinas devem ser transportadas em recipientes térmicos (caixas de isopor com gelo, por exemplo). Quando as vacinas não estão sendo transportadas, devem ser armazenadas sob refrigeração na temperatura indicada em seu rótulo bula, dentro de sua embalagem original e protegidas do sol. O refrigerador deve permanecer com temperatura entre 2ºC e 8ºC. O ideal é que se obtenha um refrigerador exclusivo para vacinas, para evitar sua abertura diversas vezes durante o expediente, evitando mudanças de temperatura. Não é desejável que o refrigerador para vacinas armazene os alimentos dos funcionários da propriedade e seja constantemente aberto durante o dia. É recomendável contar com um termomêtro de temperatura máxima e mínima, evitando temperaturas indesejáveis ocorridas por exemplo, em falhas elétricas.
Atentar-se à refrigeração das vacinas, do refrigerador até a zona de manejo vacinal.
É importante que a zona de manejo esteja sobre proteção da luz solar, o que pode ser improvisado com lonas ou materiais similares, com o objetivo de diminuir a exposição das vacinas ao calor e luz do sol.
5. Manejo das seringas e agulhas e preparação das doses
Recomenda-se que tenha uma pessoa dedicada exclusivamente para realização desses processos. Qualquer manipulação das vacinas deve ser feita proximo à fonte de frio.
O procedimento: Inserir a agulha assepticamente no frasco. Em seguida, puxar o conteúdo correspondente à dose em bula, retirar as bolhas e realizar a aplicação pela via de administração e local indicado.
Seringas Descartáveis: 5 mL. Pistola automática de plástico, vidro ou metal.
Agulhas Para administrações subcutâneas usar agulhas ½ ou ¾ polegadas, com calibre 16 ou 18.
Para administrações intramusculares, deve-se usar agulhas de 1 ou 1½ polegadas, com o mesmo calibre que as usadas subcutâneas. Em bovinos confinados, é preferida a aplicação subcutânea, desde que indicada no rótulo, pois isso gera menos lesões por aplicação na carcaça. Idealmente as seringas devem ser utilizadas com agulhas descartáveis e o ideal é que se substitua de modo que seja utilizada uma para cada animal. Porém, se considera impraticável, mude-a a cada 10 animais, ou em caso de quebra ou perda da borda, troque-a imediatamente. Certifique-se de que as seringas não foram usadas para aplicação de outros tipos de produtos.
Importância da higiene das agulhas: Métodos de desinfecção ou esterilização
Recomenda-se dar preferência ao uso de seringas descartáveis. Se o uso for de pistolas automáticas, deve-se previamente realizar a desinfecção deixando as agulhas na água fervente durante 20 minutos, ou ainda melhor, pode-se esterilizá-las com uma autoclave. Não se deve usar desinfetantes, pois os mesmos podem inativar as vacinas vivas.Caso opte por pistolas automáticas, as mesmas devem manter-se o maior tempo possível dentro da geladeira.
6. Preparação e aplicação da dose
No caso de seringas descartáveis, o ideal é que uma pessoa se dedique para recoletar seringas usadas da caixa de gelo que carrega o vacinador. Trocar as agulhas usadas por novas e recarregar a seringa com a dose da vacina em questão. Atentar-se em extrair totalmente o ar das seringas para um volume de dose mais fidedigno. Recolocar as seringas reabastecidas na caixa térmica/isopor.
Recomenda-se uma pessoa dedicada exclusivamente à administrar as vacinas
7. Recomendações gerais para injeções
As seringas devem ser mantidas dentro do recipiente térmico fechado sempre que possível, principalmente quando se prevê que, por algum motivo, possa haver um atraso durante o processo de manejo vacinal. Faça uma boa contenção dos animais. Tente não aplicar injeções em locais de superfície com lama ou fezes, ou até mesmo em animais molhados. Como discutido, especialmente em gado de corte, é preferida a aplicação subcutânea para reduzir lesões de carcaça. Tente injetar sempre no pescoço ou, quando estritamente necessário, na paleta. No caso de aplicação por via intramuscular, é também preferível o pescoço e não a garupa, perna ou outra região adicional.